Ministério Público denuncia 13 pessoas
envolvidas no esquema, incluindo os ex-secretários Vilceu Marchetti e Geraldo de
Vitto
Os ex-secretários de Estado de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, e de
Administração, Geraldo de Vitto, e mais 11 pessoas foram denunciadas pelo
Ministério Público Estadual (MPE) por participação no superfaturamento de R$ 44
milhões na compra de 705 máquinas e caminhões distribuídos aos 141 municípios do
Estado, caso que ficou conhecido como “Escândalo dos Maquinários”. Também foi
solicitado o sequestro de bens dos envolvidos e de suas empresas, em valores que
variam de R$ 1 milhão a R$ 29 milhões, conforme o prejuízo causado por cada
um.
Entre os denunciados estão o servidor público Valter Antônio Sampaio
e os empresários Ricardo Lemos Fontes, José Renato Nucci, Valmir Gonçalves de
Amorim, Marcelo Fontes Corrêa Meyer, Otávio Conselvan, Sílvio Scalabrin, Rui
Denardim, Harry Klein, Rodnei Vicente Macedo e David Mondin.
Marchetti e
o ex-superintendente de manutenção de rodovias junto a Sinfra, Valter Sampaio,
responderão pelos crimes de fraude à licitação, fraude processual e corrupção
passiva. Segundo as investigações, Marchetti foi responsável pela condução da
fraude e contou com apoio direto de Sampaio.
Os ex-secretários e os
empresários são acusados de substituir contratos, inserindo cláusulas novas
tratando de assistência técnica e alteração do prazo de pagamento para
justificar os juros embutidos nos preços. Para justificar o superfaturamento,
foram juntados ainda ofícios com datas retroativas, produzidos por empresários a
pedido de Marchetti. A propina fixada pelos servidores para o favorecimento de
determinadas empresas no procedimento licitatório foi estimada no valor de R$
12,2 milhões, considerando 5% do valor da aquisição.
O MP também
requereu a suspensão do registro cadastral para habitação de fornecedores das
empresas e dos cidadãos envolvidos no escândalo. Entre elas estão as empresas
Tork Sul Comércio de Peças e Máquinas Ltda., Dymac Máquinas Rodoviárias Ltda.,
Tecnoeste Máquinas e Equipamentos Ltda., Cotril Máquinas e Equipamentos Ltda.,
Auto Sueco Brasil Concessionária de Veículos Ltda., Mônaco Diesel Caminhões e
Ônibus Ltda., Cuiabá Diesel – Rodobens Caminhões Cuiabá S/A e Iveco Latin
América Ltda.
Apesar de a Delegacia Especializada em Crimes Fazendários
e Administração Pública ter requerido as prisões preventivas e temporárias dos
acusados, o MP entendeu não haver indícios suficientes para comprovar que a
liberdade dos acusados colocaria em risco a ordem pública. A prisão, no entanto,
poderá ser solicitada em qualquer fase do processo.
Na denúncia, a
promotora de justiça Ana Cristina Bardusco destacou ainda a ocorrência de
diversas irregularidades na Secretaria de Estado de Administração (SAD).
A pena prevista para crimes de fraude à licitação varia de três a seis
anos de prisão; de corrupção passiva, de dois a 12 anos; e de fraude processual,
de três meses a dois anos de reclusão.
Na esfera cível, os acusados
foram acionados por ato de improbidade administrativa. Também foi solicitado o
ressarcimento aos cofres públicos dos valores desviados. Investigações ainda em
curso apuram o envolvimento do ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR)
no esquema. Os maquinários foram adquiridos e distribuídos durante sua gestão,
por meio do programa “Mato Grosso 100% equipado”.
Foto:
Fonte: Renata Neves l DC
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
‘ESCÂNDALO DOS MAQUINÁRIOS’ Propina para servidores chegou a R$ 12 mi
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