Uma reunião entre representantes dos policiais militares e bombeiros
marcada para ocorrer às 10 horas desta segunda-feira (9) com o
governador Silval Barbosa (PMDB) promete ser decisiva para evitar ou não
uma greve entre as 2 categorias, já anunciada para ser deflagrada nesta
terça-feira (10) a 3 dias antes do primeiro jogo da Copa do Mundo em
Cuiabá.
A Constituição Federal prevê que os militares não podem
fazer greve, mas a categoria garante que vai cruzar os braços se o
governador não fizer uma proposta ou aceitar a proposta apresentada por
eles. A reunião está marcada para acontecer no gabinete do governador.
A
categoria reivindica a reestruturação da carreira dos praças e oficiais
para a Polícia Militar se equiparar à Polícia Civil, pois a diferença
salarial hoje oscila entre 40% a 60% em determinados cargos. O
presidente da Associação dos Oficiais de Mato Grosso (Assof-MT), major
Wanderson Nunes de Siqueira, afirmou ao Gazeta Digital que se o
governador não acatar a proposta de reajuste de 40% e nem fizer uma nova
proposta, a greve será decidida em assembléia-geral marcada para
ocorrer às 14h desta terça-feira no Hotel Fazenda Mato Grosso. A reunião
com Silval deveria ter ocorrido na última sexta-feira (7), mas foi
desmarcada pelo governador.
“Queremos que o governador se
sensibilize e acate nossa proposta”, destaca o major explicando que a
categoria já flexibilizou e aceita um reajuste de 40% parcelado em 4
vezes, para ser incorporado 100% até 2017. Antes exigiam reajuste ainda
maior e num prazo menor para ser aplicado. “O pessoal está muito
estressado e revoltado. Acho até temerário abrir uma assembléia na
terça-feira sem uma proposta do governo. Vamos alertar o governador
sobre isso nessa reunião”, ressalta Siqueira.
Questionado sobre o
fato de a greve de policiais militares ser proibida pela Constituição
Federal, por ser um serviço essencial de segurança, ele destaca que a
categoria está muito insatisfeita e disposta a cruzar os braços. “Essa
vedação existe na lei e diz que outras categorias também precisam
cumprir. A Polícia Civil quando entra em greve não cumpre o percentual
determinado por lei. Só este ano já houve 4 ou 5 greve da Polícia
Militar no Brasil”, justifica.
O Gazeta Digital consultou o
portal transparência e constatou que um soldado da Polícia Militar ganha
hoje em início de carreira salário bruto de R$ 2, 9 mil. Mas o
presidente da Assof destaca que a categoria não tem direito a adicional
de periculosidade, nem de insalubridade e muito menos adicional noturno.
“Temos o pior salário das polícias militares do Centro-Oeste e das
sub-sedes da Copa fomos a única sem correção salarial”, destaca o major.
Um cabo tem salário inicial de R$ 4.5 mil enquanto um 1º sargento
recebe R$ 5,9 mil. No posto de major, o salário é de R$ 14 mil a R$ 15
mil. Um tenente-coronel recebe R$ 17 mil e um coronel tem salário de R$
19,2 mil.
De acordo com o major Wanderson Nunes, existem hoje em
Mato Grosso 6,5 mil policiais militares e outros 900 bombeiros
militares. A proposta deles é que o salário de um oficial da PM
(coronel) seja igual ao de um delegado da Polícia Civil. A categoria
alega que o reajuste pleiteado não é uma coisa difícil para o governo
resolver. Destaca que o prazo da negociação já foi estendido e estão no
limite. “Estamos com números e levantamentos financeiros e de receita de
arrecadação que apontam que o Estado pode atender nossa proposta.
Estamos no limite há muito tempo”.
Foto: Chico Ferreira
Fonte: Welington Sabino/Gazeta Digital
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