segunda-feira, 9 de junho de 2014

Reunião com governador pode evitar greve anunciada pela PM

Uma reunião entre representantes dos policiais militares e bombeiros marcada para ocorrer às 10 horas desta segunda-feira (9) com o governador Silval Barbosa (PMDB) promete ser decisiva para evitar ou não uma greve entre as 2 categorias, já anunciada para ser deflagrada nesta terça-feira (10) a 3 dias antes do primeiro jogo da Copa do Mundo em Cuiabá.

A Constituição Federal prevê que os militares não podem fazer greve, mas a categoria garante que vai cruzar os braços se o governador não fizer uma proposta ou aceitar a proposta apresentada por eles. A reunião está marcada para acontecer no gabinete do governador.

A categoria reivindica a reestruturação da carreira dos praças e oficiais para a Polícia Militar se equiparar à Polícia Civil, pois a diferença salarial hoje oscila entre 40% a 60% em determinados cargos. O presidente da Associação dos Oficiais de Mato Grosso (Assof-MT), major Wanderson Nunes de Siqueira, afirmou ao Gazeta Digital que se o governador não acatar a proposta de reajuste de 40% e nem fizer uma nova proposta, a greve será decidida em assembléia-geral marcada para ocorrer às 14h desta terça-feira no Hotel Fazenda Mato Grosso. A reunião com Silval deveria ter ocorrido na última sexta-feira (7), mas foi desmarcada pelo governador.

“Queremos que o governador se sensibilize e acate nossa proposta”, destaca o major explicando que a categoria já flexibilizou e aceita um reajuste de 40% parcelado em 4 vezes, para ser incorporado 100% até 2017. Antes exigiam reajuste ainda maior e num prazo menor para ser aplicado. “O pessoal está muito estressado e revoltado. Acho até temerário abrir uma assembléia na terça-feira sem uma proposta do governo. Vamos alertar o governador sobre isso nessa reunião”, ressalta Siqueira.

Questionado sobre o fato de a greve de policiais militares ser proibida pela Constituição Federal, por ser um serviço essencial de segurança, ele destaca que a categoria está muito insatisfeita e disposta a cruzar os braços. “Essa vedação existe na lei e diz que outras categorias também precisam cumprir. A Polícia Civil quando entra em greve não cumpre o percentual determinado por lei. Só este ano já houve 4 ou 5 greve da Polícia Militar no Brasil”, justifica.

O Gazeta Digital consultou o portal transparência e constatou que um soldado da Polícia Militar ganha hoje em início de carreira salário bruto de R$ 2, 9 mil. Mas o presidente da Assof destaca que a categoria não tem direito a adicional de periculosidade, nem de insalubridade e muito menos adicional noturno. “Temos o pior salário das polícias militares do Centro-Oeste e das sub-sedes da Copa fomos a única sem correção salarial”, destaca o major. Um cabo tem salário inicial de R$ 4.5 mil enquanto um 1º sargento recebe R$ 5,9 mil. No posto de major, o salário é de R$ 14 mil a R$ 15 mil. Um tenente-coronel recebe R$ 17 mil e um coronel tem salário de R$ 19,2 mil.


De acordo com o major Wanderson Nunes, existem hoje em Mato Grosso 6,5 mil policiais militares e outros 900 bombeiros militares. A proposta deles é que o salário de um oficial da PM (coronel) seja igual ao de um delegado da Polícia Civil. A categoria alega que o reajuste pleiteado não é uma coisa difícil para o governo resolver. Destaca que o prazo da negociação já foi estendido e estão no limite. “Estamos com números e levantamentos financeiros e de receita de arrecadação que apontam que o Estado pode atender nossa proposta. Estamos no limite há muito tempo”.

Foto: Chico Ferreira
Fonte: Welington Sabino/Gazeta Digital

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