Governador se diz surpreso com cheques apreendidos e se nega a falar sobre caso por desconhecer "processo"

O governador Silval Barbosa (PMDB) se disse surpreso com a prisão na terça-feira (9.4) de um homem portando mais de mil reais entre dinheiro e cheques assinados pelo próprio Silval e pelo presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, deputado José Geraldo Riva (PSD).

“Fiquei surpreso porque na época em que estava na Assembleia abolimos o cheque, há dez anos atrás. De dez anos para cá os pagamentos da Assembléia são todos online. Já faz mais de seis anos ou mais que saí de lá. Não sei porque tem esses cheques”, declarou com exclusividade ao Olhar Direto em um dos coredores da Câmara Federal.

Homem é preso com cheques da Assembleia Legislativa de Mato Grosso assinados por Riva e Silval

Questionado se conhecia Avilmar Araújo Costa, preso em Minas Gerais com três cheques de R$ 58 mil do Poder Legislativo matogrossense, Silval respondeu que não falaria sobre o assunto porque, segundo ele, não teve acesso ao “processo”.

Riva admite conhecer homem preso com cheques da AL assinados por ele e Silval há 30 anos

“Eu não vou falar inda porque eu não vi o processo ainda. Eu estava aqui ontem e fiquei surpreso com isso”, declarou ao se referir à matéria publicada no Olhar Direto nesta terça-feira.

O governador disse que somente após ler o “processo” é que pensará em que medida tomar, se uma medida judicial ou uma investigação. A resposta do governador é diferente daquela dada por Riva, que admitiu, em nota distribuída à imprensa, conhecer 'há mais de 30 anos'.

Segundo informações já apuradas pelo Olhar Direto, Avilmar Araújo Costa é ex-marido da irmã da esposa de seu irmão, Priminho Riva, e atua com uma factoring em Cuiabá.

Além disso, Avilmar chegou a ser investigado na operação Arca de Noé, que culminou com a prisão de João Arcanjo Ribeiro, ex-bicheiro e chefe do crime organizado em Mato Grosso.

Costa foi detido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta terça-feira (9) na BR-262, próximo a Araxá –MG, com R$ 750 e 50 mil euros em espécie além dos três cheques da Assembleia Legislativa. O dinheiro em espécie estava em uma mochila no porta-malas do carro e os cheques escondidos dentro do console central.

Fonte: Vinícius Tavares/Olhar Direto