Malhar é o termo, geralmente, utilizado por quem frequenta academias e pratica exercícios com peso. No entanto, o treinamento de musculação pode adquirir dois sentidos diferentes. Depende apenas do objetivo e dedicação de quem a pratica. Malhar é diferente de treinar, garante Odinei Rosa de Jesus, educador físico, especialista em fisiologia do exercício e proprietário da Academia Cultura Física Fitness, localizada em Cuiabá.
“A diferença, entre a pessoa que vai à academia treinar e quem vai malhar, está, principalmente, nos sistemas de treino que elas usam. Para malhar, você vai sem compromisso à academia. Vai fazer o que estiver ao seu alcance ali na situação. Você não tem planejamento nenhum. Para treinar, você vem planejado para a academia, já tem uma sequência [de exercícios] para fazer e o porquê de você fazer aquilo naquele dia, naquela semana”, explica o educador físico.
Segundo Odinei de Jesus, a diferença entre malhar e treinar está baseada no sistema de treino do aluno. No planejamento, são usados diferentes sistema de treino, que são feitos pelo educador físico de modo a atender o objetivo desejado pelo aluno, levando em consideração as suas características pessoais. O treinamento é periodizado e define a experiência em três níveis: microciclo, mesociclo e macrociclo. Microciclo é um planejamentode treino semanal. O mesociclo leva em consideração de quatro a seis semanas de treino. Já o macrociclo engloba o planejamento de 6 meses a 1 ano de duração.
Mas nem sempre o aluno que procura a academia de musculação está interessado em treinar. A maioria das pessoas, explica Odinei de Jesus, procura a academia porque quer melhorar o aspecto físico. Esse desejo é movido por diferentes motivos, desde o modismo de um corpo modelado até o interesse em ficar bem fisicamente para ir à praia, com a chegada do verão.
“Malhar é simplesmente puxar o peso sem nenhuma sequência lógica. É isso que a nossa academia tenta quebrar”. O aluno da academia é incentivado a seguir o planejamento feito pelo educador físico, por mais dificuldades que ele possa encontrar, inicialmente. “É feito o planejamento e ele tem que fazer isso porque é o planejamento feito sob medida para ele. São exercícios que ele consegue fazer”, explica.
A sequência preparada precisa ser seguida pelo aluno, para obter bons resultados. Se o equipamento que o aluno precisa utilizar estiver ocupado, é preferível que ele aguarde a desocupação do equipamento para iniciar a sua série. Se ele fosse simplesmente “malhar”, sem nenhuma preocupação com o treinamento, ele faria qualquer outro exercício, ou utilizaria outro aparelho desocupado, sem seguir a sequência indicada. Para o aluno pode parecer a mesma coisa, mas o sistema preparado é mais eficaz e focado no objetivo pretendido.
Três pilares do treinamento
“A gente trabalha com a conscientização do nosso aluno”, diz Odinei de Jesus. “Nós explicamos a necessidade da aplicação do sistema de treino preparado para ele. Explicamos porque ele precisa descansar o tempo adequado, de acordo com a sua rotina de vida; porque ele precisa começar pelo exercício multiarticular e não pode alterar a sequência. Tudo tem um porquê. Essa é a filosofia do treinamento que a gente tem aqui na Cultura Física”. Entre as variáveis que fazem parte do planejamento estão também a adequação na alimentação, o tempo indicado de sono e o tempo de descanso necessário diariamente. Segundo Odinei de Jesus, estes são os três pilares do treinamento em musculação: alimentação, treinamento e descanso.
“O aluno tem um objetivo e a gente prepara ele para isso. Para ele alcançar o mais rápido possível [o objetivo] ele precisa treinar. Para isso, ele precisa entender toda essa teoria de o porquê ele tem que fazer isso e como ele tem que fazer”.
O aluno que procura uma academia e se preocupa com a prática correta da musculação percebe a diferença nos resultados. “Inicialmente, os alunos sentem dificuldade, na execução, no tempo de intervalo entre as séries e na adequação da alimentação. No entanto, quando percebem o resultado do treino correto, compreendem a necessidade do sistema de treino”, garante Odinei de Jesus.
O treinamentodifere de pessoa para pessoa. As características pessoais, como o objetivo pretendido, o biotipo, o tempo disponível para a prática do treinamento muscular e o próprio estágio do aluno na musculação interferem em seu desenvolvimento.
Odinei de Jesus informa que nos dois primeiros meses de treinamento há uma evasão muito grande de alunos. Isto acontece porque algumas pessoas têm dificuldade em se habituar ao ritmo de treinamento, já que os meses iniciais, geralmente, são mais difíceis, principalmente para quem não está acostumado a fazer atividades físicas. “Os alunos reclamam da dor. E tem dias que há treino que você não gosta de fazer. Mas é preciso fazer porque você tem um objetivo a alcançar”, salienta.
Depois dos meses iniciais a pessoa se acostuma e consegue treinar mais porque aumenta a resistência aonível de estresse muscular que o corpo suporta. O corpo se habitua e passa a ter maior resistência, aumentando a capacidade de treinamento. “Nesse processo há liberação de endorfina. Essa substância aumenta a sensação de prazer e deixa o corpo mais leve.”
Para uma pessoa que não costuma fazer atividades físicas, após três meses de prática de musculação já é possível sentir as diferenças provocadas pela atividade. Durante este período já é possível desenvolver um condicionamento físico e sentir as mudanças fisiológicas como: aumento da disposição, da energia e, até mesmo, do desejo sexual.
Após os três meses iniciais, quando o aluno já adquiriu o condicionamento necessário, o treino torna-se mais focado no objetivo principal do aluno, que pode ser, por exemplo, a perda de peso. “Se a pessoa fizer tudo certinho: treinar, dormir bem, se alimentar corretamente, não usar álcool, não fumar, evitar açúcar simples. Ter um estilo de vida diferente. Em mais três meses ela vai notar uma diferença total no corpo. Mas para ter um resultado eficaz, excelente é necessário um ano de treino, ou seja, mais 6 meses.”
“Os resultados alcançados por quem treina são satisfatórios. Para quem malha são frustrantes”. Odinei de Jesus explica que a malhação [musculação mal executada], além de impedir que o aluno alcance o objetivo desejado dentro do tempo indicado e, consequentemente, o desgaste financeiro, também pode trazer efeitos negativos ao corpo, como lesões nas articulações e nos músculos.
Foto: Divulgação
Fonte: Pau e Prosa Comunicação
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